Uma aula é uma situação de comunicação em que vários textos convivem ao mesmo tempo: textos e materiais usados nas atividades, perguntas, comentários e reflexões do estudante que é o autor do caderno, dos colegas e dos professores. Nesse sentido, avaliar o caderno, envolve considerar como o aluno interpreta e articula todos os textos que compõem a aula e os registra com linguagens variadas:  frases, parágrafos breves, tópicos, esquemas, sinais, cores, letras de formatos e tamanhos variados, mapas mentais e desenhos. O sistema de anotações criado nos anos 1950, pelo prof. Walter Pauk, da Universidade de Cornell, nos EUA, foi a inspiração para a concepção da rubrica de avaliação. Nele, cada folha é dividida verticalmente em duas partes, uma para anotações, outra para palavras-chave, e na parte de baixo, um traço horizontal separa o espaço de 5 a 7 linhas para um comentário sobre a aula. Pauk imaginou que o comentário pudesse ser feito 24 horas após a aula. Eu costumo reservar 15 minutos no fim da aula para essa finalidade, mas também pode ser a lição de casa. O registro e o comentário podem ser retomados na aula seguinte, de modo a construir material para sequências didáticas, esclarecimento de dúvidas, observação dos diferentes estilos de reflexão e linguagem. A rubrica intertextual possui, portanto, três parâmetros de avaliação: composição intertextual da aula; expressividade no comentário da aula; articulação e coerência na linguagem verbal e visual.